ROMERO,
G. P. O. La competencia docente y el desarrollo profesional: hacia un enfoque
reflexivo en la enseñanza de ELE. Suplementos
marco ELE, Belo Horizonte, n. 9, p. 1-13,2009.
O artigo de Romero busca trazer à tona a importância de
refletir sobre a prática do ensino-aprendizagem do espanhol como língua
estrangeira (ELE), portanto, expande dois conceitos fundamentais para o
desenvolvimento profissional dos professores, que são: a competência docente e
a abordagem reflexiva para o ensino de idiomas. É possível perceber que o
assunto fundamental do artigo está dividido na segunda e terceira partes, onde
o autor apresenta as diferentes qualidades dos três tipos de professor de ELE:
o leitor, o professor e o facilitador.
Professor Leitor, vai se preocupar em expor seu conhecimento. Fonte: UFG |
O artigo está dividido em seis partes. A introdução é iniciada
com a apresentação de vários questionamentos a propósito da atividade docente,
sobre os quais o autor afirma que são indícios do interesse do professor em
refletir sobre sua atuação em sala de aula. Na introdução também é apresentada
a estrutura do artigo: além das partes mencionadas anteriormente, o autor amplia
o entendimento sobre o método reflexivo para o ensino de ELE e apresenta uma ferramenta
de apoio para essa atividade reflexiva: o portfólio do professor. Na segunda
parte, Romero retoma Underhill (2000) que distingue três tipos de profissionais
que ensinam ELE, o leitor – domina o conteúdo, mas não tem destrezas técnicas
de ensino, nem interesse por conhecer as metodologias; o professor – que além
do conteúdo também está familiarizado com métodos e procedimentos de ensino,
entretanto, ainda falta desenvolver seu caráter pessoal e interpessoal
relacionados as aulas; e o facilitador – o profissional mais completo. O “novo
professor” compreende o tema, estuda e se atualiza sobre as técnicas e
metodologias de ensino e, ainda, leva em consideração os aspectos psicológicos
e interiores da aprendizagem (em si mesmo e nos estudantes); Romero afirma que
o docente facilitador sabe que sua função não é simplesmente transmitir
conhecimento, mas ajuda-los a assumir a responsabilidade de sua própria
aprendizagem. O desenvolvimento desses profissionais acontece em dois eixos: um
horizontal, quantitativo e outro vertical, qualitativo. O leitor está fechado
em uma só dimensão, de o que ensinar, o conteúdo; o segundo, o professor,
evoluiu para uma segunda dimensão, que consiste em como ensinar, ou seja, a
metodologia. O “novo professor”, facilitador, se encontra na dimensão onde o
que e o como se refletem nas práticas educativas. Romero segue apresentando os três
componentes do desenvolvimento do profissional de ensino de ELE, que consiste em
saltos quantitativos e qualitativos, ou seja, é importante aumentar os
conhecimentos sobre a matéria e as teorias de ensino-aprendizagem (saltos
quantitativos), mas também é importante dar um salto qualitativo, buscando
aumentar as habilidades. O desenvolvimento das habilidades, por sua vez, é
outro salto quantitativo: o profissional deve aumentar suas habilidades
docentes, comunicativas, profissionais, interculturais e de desenvolvimento
profissional. Daí o próximo salto qualitativo seria o desenvolvimento de melhores
atitudes, melhores atitudes em relação aos alunos, a instituição e a profissão
e em relação ao próprio profissional (essa melhoria de atitudes resume o último
salto qualitativo apresentado no artigo). O quarto capítulo endossa a
importância da metodologia reflexiva no ensino de espanhol como língua
estrangeira. “O conhecimento sobre a prática docente deve ser criado pelo mesmo
sujeito em formação, não deve ser um conhecimento criado anteriormente por
terceiros” (ROMERO, 2009: 6). Neste mesmo capítulo Romero lembra a importância
de diferenciar “reflexão na ação” (ação unida à prática imediata, gerada pelo
costume, uma reação rápida frente a uma situação de ensino-aprendizagem) da “reflexão
sobre a ação” (realizada a partir da análise e da avaliação da validade e
eficiência de intervenções docentes, logo é necessária uma distância entre o
momento da prática e o da reflexão). O objetivo dessa reflexão e avaliação é
modificar o que se julga necessário em relação a prática docente particular, e
é alcançado após a adoção de três procedimentos: recolhimento de dados, análise
posterior e a tomada consciente de decisões. Refletir sobre a aula é muito
importante, por isso é necessário relembrá-la e registrá-la o mais detalhadamente
possível, para analisar os acontecimentos sob marcos teóricos, gerar
interpretações e escolher como agir a partir dessa análise. Para auxiliar nessa
tarefa, Romero apresenta, na quinta parte do arquivo, o portfólio reflexivo do
professor (PRP) que é apenas um dos inúmeros instrumentos utilizados para a
reflexão docente. No artigo são apresentados dois tipos de portfolios: um de
formação e outro, o qual é o foco do artigo, que é o portfólio profissional.
Nessa parte são apresentadas as principais características dessa ferramenta,
das quais se destaca o fato de que o portfólio é um arquivo vivo, que pede por
uma constante reflexão sobre o trabalho docente e inclusão de inclusões
significativas. Este último capítulo está dividido em outros dois subcapítulos:
o primeiro é um guia de elaboração do portfólio, que são praticamente
padronizados e devem apresentar no mínimo dois blocos – uma apresentação
pessoal e outra de mostras das reflexões realizadas. Todos os conjuntos são
importantes, tanto o primeiro, onde o professor vai apresentar sua formação,
seu estilo e seus pontos fortes e fracos, quanto o segundo, que se encarrega de
apresentar as evidências ou amostras e suas consequentes reflexões. E então
Romero apresenta o exemplo de portfólio produzido por Pujolá e González (2007),
que consiste em seis fichas (“Quem sou? Onde estou? Onde vou? Como cheguei até
aqui? Estou a caminho! Mi evolución”) que consistem no ponto de partida para a
elaboração do documento. Para terminar essa parte Romero afirma que outro
aspecto interessante do portfólio é a possibilidade de ser apresentado
publicamente a partir das novas tecnologias (como esse blog), permitindo a
interação entre vários professores. Nas considerações finais Romero apresenta
um apanhado sobre todo o artigo, reafirmando a intenção de aumentar a
consciência sobre a importância da reflexão na prática docente.
Miss Wormwood, a professora do Calvin, pode até ser considerada a profissional docente "professora", ou seja, que conhece algumas técnicas e metodologias de ensino, entretanto não é facilitadora, porque não está preparada para lidar com a individualidade do seu aluno - tá, isso pode ser um exagero, talvez não exista "facilitador/a" preparada/o pra lidar com Calvin, rs... Fonte: Crônicas de uma professora |
Os dois primeiros capítulos deste artigo trazem informações
novas como a necessidade de desenvolver as competências dos professores, e tal
desenvolvimento deve ser tanto quantitativo quanto qualitativo. A escolha desse
artigo é interessante porque ele retoma, nos dois últimos capítulos, os
assuntos tratados nos artigos apresentados anteriormente. O artigo segue uma
ordem que faz bastante sentido: primeiro apresenta os tipos de profissionais,
dando ênfase no profissional mais completo que vai se preocupar com sua atuação
docente, este novo professor, facilitador, para alcançar seus objetivos,
precisa refletir sobre suas práticas, buscando uma resposta condizente com as
interpretações alcançadas. Uma maneira de realizar tais reflexões é produzindo
um portfólio que auxilia durante esse processo.
Acredito que o professor John Keating, de "A sociedade dos poetas mortos" é um bom exemplo do professor facilitador. O cinema está cheio desses exemplos de professores que transformam a vida de seus estudantes, afinal, é esse/a professor/a que queremos ser, não é?! (By the way... Feliz dia dos professores no Brasil!) Fonte: Cineprise |
Muito pertinentes as ilustrações para cada tipo de docente!!
ResponderExcluirvc é masi para a professora do Calvin ou o para o professor Keating?
Justifica a resposta!!!! rsrsrsr
Hahahaha boa pergunta! Acho que ainda sou a professora Wormwood, porque ainda nem tive a oportunidade de ser um bom exemplo aos estudantes com quem já trabalhei... Mas gostaria mesmo de ser mais como o professor Keating, seria incrível conduzir aulas interessantes e ainda ter um relacionamento amigável com as estudantes 😊 não é o que toda professora deveria querer?! Obrigada pelos comentários!!
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