QUINTANA, E. G. Técnicas e instrumentos de
observación de clases y su aplicación en el desarrollo de proyectos de
investigación reflexiva en el aula y de autoevaluación del proceso docente. In:
CESTEROS, S. P.; MARÍN, S. R. (Org). La
evaluación en el aprendizaje y la enseñanza del español como lengua
extranjera/segunda lengua. Alicante: Servicio de Publicaciones de la
Universidad de Alicante, 2007.
O artigo de Esther G. Quintana
está dividido em cinco partes (introdução e outros quatro capítulos, não tem
conclusão ou considerações finais) e termina com um glossário de termos
relacionados a observação de aulas. A partir do título, do resumo e da
introdução, é possível perceber que o objetivo principal do trabalho é propor
um modelo de formação reflexiva pela incorporação da observação na prática
docente. A autora apresenta como a autoavaliação docente pode ser desenvolvida
a partir da observação das aulas e como essa observação pode ser feita – quais
as ferramentas podem ser utilizadas para essa atividade, quais questionamentos
a docente deve fazer sobre a própria experiência, etc. Na segunda parte a
autora faz uma introdução sobre pesquisas etnográficas, ou seja, pesquisas de
campo e como podem ser levadas às salas de aula; a terceira parte é dedicada a
investigação durante a ação docente; na quarta parte Quintana detalha a
observação de aulas como instrumento de investigação e na última parte a autora
apresenta alguns artifícios para uma adequada observação das aulas, como
diários de ensino e blogs de reflexão.
Fonte: Arquivos de sala de aula |
Na introdução a autora sublinha
como os processos de reflexão crítica podem ser utilizados tanto para analisar
e propor soluções para problemas existentes em salas de aula (a partir da
identificação do problema, da planificação de uma intervenção, seleção de
ferramentas, da análise dos resultados e da intervenção), quanto para avaliar e
auto avaliar professoras, em formação ou continuação. Tais processos de
reflexão crítica dependem da investigação em ação, a pesquisa em sala de aula,
por isso a autora apresenta, na segunda parte, um apanhado de informações sobre
etnografia no contexto da comunicação. A língua é entendida como um repertório
verbal que um grupo de pessoas compartilha, tal capacidade linguística é mais
uma das características que compõem a habilidade comunicativa: os componentes
socioculturais e as habilidades interculturais também solidificam as dimensões
social e situacional da língua junto das suas regras de uso. A autora fala de
dois ramos da etnografia: a macro etnografia, que estuda uma sociedade complexa
com várias comunidades e instituições sociais, que dura vários anos e é
realizada por várias pesquisadoras – como a análise de um processo educativo
específico. E, o outro ramo, a micro etnografia, que busca observar e
interpretar um fenômeno numa única instituição social. São pesquisas breves,
realizadas por apenas um pesquisador, os exemplos mais importantes para o
ensino de línguas é a descrição dos fenômenos que ocorrem nas aulas. A autora
mostra os três estudos etnográficos mais importantes e explica em que
consistem: o interacionismo simbólico, o interacionismo antropológico, o sociolinguismo
e a etnometodologia. A autora termina esse capítulo perguntando como a
etnografia pode ser aplicada à investigação na educação e como os professores
de ELE podem usar esta disciplina no trabalho de aula diário. E responde que
esses estudos de observação dos fenômenos podem ser utilizados por professores
de ELE para avaliar e resolver os problemas que surgem durante as aulas. No
terceiro capítulo Quintana afirma que, em geral, a investigação na ação é um
método que transforma as atividades docentes diárias no centro de uma pesquisa,
que cada professor tem sua ideia do que seja um projeto de investigação na ação,
no que ela consiste e qual o papel tem para melhorar a qualidade da educação. Esse
método é uma opção de formação permanente que tem quatro fases essenciais
(planificar, atuar, observar e refletir) que podem ser divididas em outros
procedimentos durante o processo da investigação. É permanente porque é
cíclico, logo suas respostas e conclusões podem levar ao planejamento de outras
hipóteses que possam sofrer intervenções para serem melhoradas. Para acabar
esse capítulo, a autora afirma que a observação a reflexão e o diálogo com
outras/os professoras/es são as ferramentas fundamentais para a investigação na
ação, mas, tanto para observar as aulas quanto para recolher os dados, são
necessários outros instrumentos que registrem informações – os mais utilizados
são o diário de professor, a gravação de aulas, entrevistas, discussões,
portfólios, etc. O quarto capítulo é sobre a própria observação das aulas. Tudo
pode ser observado numa sala, desde a posição das carteiras até o tom de voz do
professor, mas para o ensino, é importante observar um fenômeno, registrar as
informações e analisar em seguida. É possível observar cientificamente ou não:
uma observação científica tem um objetivo claro, definido e preciso, a pessoa
sabe o que e para que observa; uma observação não científica não tem objetivos
definidos, logo, não tem uma preparação antecipada. Nas palavras da autora: “Cuando ponemos en práctica
un proceso de observación en el aula tenemos que determinar siempre el objeto,
situación, caso, que vamos a observar, los objetivos y la forma con que se van
a registrar los datos, o lo que es lo mismo, qué observar, para qué y de qué
manera” (Quintana, 2007: 338). Após a observação deve ser elaborada as
conclusões alcançadas. Nesse parágrafo a autora também apresenta diferenças
entre observar diretamente um professor, ou observar informações coletadas por
terceiros em livros, gravações, etc.; entre observar a si mesmo, a um outro professor,
ou formando uma equipe; a observação pode ser estruturada, utilizando
ferramentas apropriadas (fichas, planilhas) ou então pode ser livre, sem um
apoio técnico especial. Outra vez, a autora apresenta uma gama de ferramentas
utilizadas para observação de classes, como introdução para a quinta parte:
Outros instrumentos de observação. A primeira ferramenta apresentada por
Quintana é o diário de ensino, que pode ser utilizado para recolher informações
sobre o que acontece durante as aulas, desde os sentimentos, da participação
dos alunos e professores, até reflexões, frustrações, preocupações etc. Por
isso a autora afirma que essa pode ser uma ferramenta de investigação além de
funcionar como instrumento de reflexão e auto formação. A autora apresenta como
um diário pode ser utilizado por professores e por estudantes de língua
estrangeira focalizando as diferenças de cada um. Por último ela apresenta os
diferentes temas que podem conter os diários de ensino, oferecendo uma
variedade de perguntas a partir das quais o/a professor/a possa reflexionar (“1-
o que eu queria ensinar? [...] 34- Como posso ajudar meus alunos? ”). A outra
ferramenta apresentada por Quintana são os blogs de reflexão, nesse subcapítulo
a autora apresenta o que é um blog e como funciona, desde as postagens
realizadas pelo autor até a possibilidade de comentários realizados por
visitantes, com intuito de estabelecer um diálogo. A autora afirma que essa
ferramenta supera a anterior pela sua possibilidade de maior participação e
difusão, permitindo a professora se sentir parte de uma comunidade. A autora
afirma que esse é um espaço ideal para realizar a investigação na ação porque a
maior transmissão dos resultados estimula a realização de novos trabalhos, uma
vez que admite a participação de terceiros. Para terminar essa parte, a autora
oferece alguns exemplos de blogs de ensino de E/LE. Além do corpo do texto com todo
esse conteúdo no final do artigo é apresentado um glossário e, obviamente, as
referências bibliográficas.
Apósa observação, o registro de dados e sua análise e interpretação o habitual é elaborar as conclusões alcançadas. Fonte: Portefolio Digital Nicolau Nasoni |
Este artigo está bem fluido, uma
vez que cada parte se conecta com a anterior. O resumo apresenta todo o
conteúdo que trata o artigo, a introdução explica a importância dos
procedimentos de reflexão crítica em aula, para melhorar a atuação docente.
Seguindo os capítulos é apresentado um panorama sobre a pesquisa etnográfica,
que é o tipo utilizado para a investigação na ação, objeto do terceiro
capítulo. No quarto e no quinto, os dois últimos, a autora apresenta,
respectivamente, como realizar a observação, que é o centro da investigação na
ação, e algumas ferramentas que ajudam a observação. A autora finaliza com um
glossário que auxilia a compreensão do tema. O artigo traz informações muito
relevantes sobre a observação de classes e a necessidade da investigação na
ação, além disso, é muito importante a apresentação de uma variedade de
perguntas que podem ser realizadas durante a confecção de um diário de classe,
que auxilia a refletir sobre as aulas, a atuação da professora e dos
estudantes.
Oi, Bruna. Excelente resumo do conteúdo.
ResponderExcluirObrigada, Gregório! Continue seguindo o blogfolio! :) (já se inscreveu, pra receber as novas entradas em primeira mão?! Inscreva-se! 😅)
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